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6 de abr. de 2011

Com US$ 400 milhões garantidos, Rio-2016 já fala em dispensar dinheiro público na organização

Felipe Rocha
Em Londres (Inglaterra)

Presidente do Comitê Organizador do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman afirmou nesta quarta-feira que a entidade já estuda abrir mão de verbas públicas para organizar as Olimpíadas. A possibilidade foi revelada em Londres após a confirmação de que o CO-Rio já recebeu US$ 400 milhões dos 1,2 bilhões que pretende arrecadar com o setor privado. “Nós sonhamos em organizar os Jogos apenas com o dinheiro de empresas privadas e, claro, com a ajuda do Comitê Olímpico Internacional”, disse Nuzman.

O sonho tem origem na velocidade com que os acordos de patrocínios estão sendo assinados. Até o momento, o comitê fechou contratos com o banco Bradesco, que terá exclusividade nos serviços financeiros e de seguros, além do direito de associar sua marca ao COB, e com o consórcio formado pelas empresas Embratel e Claro, patrocinador nacional exclusivo na categoria de telecomunicações.

Só com esses acordos, a entidade já tem um terço do que pretende arrecadar com patrocínios. Os 1,2 bilhões do setor privado correspondem a 45% do orçamento da organização das Olimpíadas (que não leva em conta gastos do setor público com a construção de instalações e melhoria de infra-estrutura da cidade). A previsão de custos do Comitê Organizador é de US$ 2,8 bilhões, que seriam completados por verba governamental (24%) e do Comitê Olímpico Internacional (31%).

Para o diretor-geral do CO-Rio, Leonardo Gryner, se o ritmo dos acordos de patrocínio continuar assim, a entidade pode até mesmo abrir mão de alguns acordos. “Andamos um terço do caminho. Se conseguirmos o montante total de dinheiro que precisamos para a realização dos Jogos, certamente iremos diminuir o número de patrocinadores. O objetivo não é ter lucro”, afirmou.

Durante quase 45 minutos, Nuzman e Gryner conversaram com a imprensa e responderam as mais diversas questões. A segurança pública foi um tema bastante questionado pelos jornalistas estrangeiros. Para o diretor-geral do Rio-2016, insegurança não será um problema para o Rio de Janeiro. “Em Copacabana, por exemplo, não há um registro de crime desde dezembro. Até 2014, a polícia terá total controle de todas as favelas do Rio. Estamos evoluindo neste aspecto”.

As recentes críticas do presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, sobre os atrasos nas obras para a Copa do Mundo de 2014, também foi refutada. “São dois Comitês separados. Não estamos envolvidos na Copa, mas posso garantir que eles vão fazer uma Copa do Mundo maravilhosa”, falou Nuzman. O presidente fez questão de anunciar na abertura da entrevista, antes de qualquer pergunta, que o Rio de Janeiro vai ultrapassar a meta inicial de 28 mil quartos para acomodação durante os Jogos. Segundo ele, em 2016, a cidade terá 34 mil quartos, 21 por cento a mais do que o previsto.

Em tom de mistério, Nuzman prometeu ainda que na próxima segunda-feira, no Rio de Janeiro, será feito o anúncio de um novo integrante na cúpula do comitê Organizador, que vai ocupar o cargo de Chefe de Operações do Rio-16.

Fonte: UOL Esportes

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