Para um espetáculo de primeira linha, quem trabalha na área garante: a defasagem é enorme
Não são somente os atletas que vivem a expectativa de uma preparação especial para a Copa de 2014, no Brasil. Tem mais gente esperando ser “convocada” para cumprir uma missão muito especial, a cada partida do Mundial. São as chamadas cheerleaders, um fenômeno nos eventos esportivos americanos que foi adaptado para os trópicos e ganhou toques bem brasileiros.
Mas a modalidade cheia de charme agora conta com um problema sério: faltam candidatas à vaga para 2014. Mesmo ainda embrionária, a ideia de um projeto artístico exclusivo para o evento já tramita na CBF. O que faltam agora são meninas belas, dispostas, que tenham boas noções de expressão corporal e não se importem de trabalhar incansavelmente, por todos os dias do Mundial aqui no Brasil.
O show das cheerleaders na NBA
O alerta foi dado pelo coreógrafo da Cia. Panteras, Euler Consoli. No comando da parte artística de um dos grupos mais sólidos de dança profissional de São Paulo, ele calcula que para fazer um espetáculo de primeira linha na Copa do Mundo no Brasil, seria necessário que, pelo menos, mais 150 meninas treinassem duro até lá.
- É um trabalho duríssimo, pois as garotas não podem depender ainda exclusivamente do trabalho de cheerleader. Isso é apenas um complemento de renda para boa parte delas. Além disso, temos o velho dilema: ela pode dançar, mas tem que ser bonita. Assim como pode ser linda, mas é imprescindível saber dançar. Não é uma escolha nada fácil.
As "panteras" são um show "made in Brasil"
Além disso, Euler diz que a prática exige muito da parte física das garotas, que muitas vezes se lesionam e precisam de um tempo nas apresentações para voltar 100% ao trabalho. Sendo assim, a demanda que tem crescido muito impede que haja esse tempo para relaxar a cabeça e o corpo até uma próxima missão.
- Tenho 50 garotas, dos 14 aos 29 anos, das quais exigimos altíssima performance. Porém, com uma média de 15 eventos diferenciados por mês – às vezes, três deles no mesmo dia -, fica difícil administrar. Só queremos a profissão evoluindo e crescendo, sempre. Afinal, as meninas já se tornaram parte quase obrigatória dos espetáculos esportivos nos grandes centros brasileiros.
Os cachês podem chegar até R$ 180 por evento. Mas “dar duro” virou requisito oficial, já que o que era só entretenimento, até o início da década, acabou se transformando em trabalho sério e com missões ainda mais complicadas pela frente. Euds Ricardo, diretor do grupo de dança, também enxerga como desafio o treino e o recrutamento dessas garotas para 2014 e 2016, consecutivamente.
- É claro que a beleza dos bailarinos importa. Seria hipócrita quem disser que não. Mas o que temos visto é uma busca cada vez maior por qualidade artística, inovação e dinamismo, aliados às características do evento. Isto é muito bom e possibilitou uma separação do joio e do trigo neste meio. O que precisamos agora é “dar a partida” neste projeto Copa/Olimpíadas, para que tudo saia como o planejado e impecável, assim como nos grandes eventos internacionais.
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