Danilo Lavieri, iG São Paulo
No dia 19 de janeiro de 2011, eles se abraçavam e comemoravam a vitória na eleição presidencial do Palmeiras. Menos de seis meses depois, Arnaldo Tirone e Mustafá Contursi não estão mais do mesmo lado. Em várias entrevistas dadas recentemente, o ex-presidente declarou que não concordou com o rumo tomado na atual gestão e anunciou rompimento com seu ex-aliado e também com o vice de futebol, Roberto Frizzo. Apesar de perder o grande apoio que o elegeu, Tirone diz que não está preocupado com esse tipo de notícia e que nada vai mudar.
O atual presidente contesta a versão que já houve rompimento e diz que ele ainda nem conversou com Mustafá sobre o assunto. Ele diz que aceita críticas, mas que nem tudo pode acontecer na velocidade com que seu conselheiro gostaria.
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Ao iG, Tirone ainda explicou que tomou providências no caso do bilhete misterioso colado nas paredes de algumas salas da Academia de Futebol e rebateu parte das críticas.
Confira a entrevista completa com Arnaldo Tirone:
iG: O Mustafá já declarou que rompeu com o senhor e com Frizzo. O que você espera que vá mudar daqui para a frente na sua gestão?
Arnaldo Tirone: Não considero ele rompido comigo. Ele deu algumas declarações, eu aceito, mas não acho que ele está rompido, não.
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iG: Mas vocês ainda não conversaram? Ele só falou para a imprensa que está rompido?
Arnaldo Tirone: O Mustafá é meu amigo. Eu sempre conversei com ele, a gente ainda não se falou desde a entrevista dele, mas eu vou falar com ele sempre que precisar. Já já a gente deve conversar, eu até vou ligar para ele para falar de um outro assunto.
iG: E se ele te falar que realmente rompeu com a sua gestão? Algo vai mudar?
Arnaldo Tirone: Não, nada vai mudar. Eu entendo o que ele diz, as críticas dele, mas as coisas não acontecem mais assim como ele quer.
Arnaldo Tirone: Não, não é bem assim. Eu sou amigo dele há mais de 40 anos. A gente conversa sempre e eu converso com todos os setores do clube. É que o que ele espera não acontece na velocidade que ele quer. As coisas não são tão fáceis, não é?
iG: Mas o senhor acha que ele tem razão nas outras críticas?
Arnaldo Tirone: Ele tem a liberdade de se manifestar, como muitos se manifestam, mas eu não estou rompido. Se ele quiser romper, vai ser uma posição dele. Não estou muito preocupado com esse tipo de notícia e não acho que estamos fazendo loucura. Aceito as críticas e respeito que ele não esteja contente. iG: E no caso do bilhete no vestiário, atacando o senhor Gilto Avalone? Vocês tomarão alguma providência?
Arnaldo Tirone: Eu tomei minhas providências, fiquei sabendo na reunião do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) na segunda-feira passada. Ele me falou sobre isso e no dia seguinte, liguei para cobrar sobre isso e o cartaz não estava mais lá. Eu não coloquei aquilo e não fico no vestiário. Quem fica mais é o Frizzo e ele estava na Argentina quando aconteceu. Eu fui contra, porque isso não pode acontecer com nenhum conselheiro.
iG: Parece que a cada dia que passa, a sua declaração de que o Palmeiras parece o filme “O Poderoso Chefão” ganha mais sentido...
Arnaldo Tirone: (Risos). Eu não sei. Foi uma declaração engraçada que eu dei, né? São 290 conselheiros, cada um tem a sua liberdade e a gente vai acatar da maneira normal. Não quero radicalismo, agressão, mas acho que aceito certas colocações. Acho até que o Gilto foi um pouco exagerado ao falar que sou traidor. Tanto que a gente trabalhou para elegê-lo para o COF. Ele me conhece, mas ele deve ter razão dele. Não sei se o que ele falou o que foi publicado, por isso não posso responder. Ontem tentei falar com ele para saber o que estava acontecendo, mas ele não estava em casa.
iG: Os conselheiros da oposição, que votaram contra o senhor, disseram que se aproximariam da sua gestão caso o Mustafá se afastasse. Essa possibilidade fica mais forte agora?
Arnaldo Tirone: Neste momento eu estou preocupado em organizar o clube, não vou me preocupar com afastamento ou não dele. Eu estou aberto para quem quiser ajudar o Palmeiras, todo mundo que quiser pode ajudar. Neste momento, não penso em reeleição, nem em composição para isso. Daqui um ano eu penso nisso.
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