O ADMINISTRADOR ESPORTIVO NO CENÁRIO ATUAL
Autora: Deborah Palma - Diretora de Esportes e Coord. MBA Gestão e Mkt Entidades Esportivas Anhembi Morumbi em parceria com a Escola de Estudos Universitários Real Madrid
Nos dias de hoje, o esporte, além de ser uma das maiores manifestações sociais que se tem notícia na história é também, um dos temas mais apaixonantes do business mundial. Verdade é que, ao longo dos tempos, ele vem assumindo diversas formas, seja no que diz respeito à experiência, estratégia, valores como determinação, garra, superação ou na promoção do conhecimento.
Por sua nobreza, convida à prática crescente, independente da forma que seja, ativa ou passiva. O avanço da tecnologia permite que o ser humano tenha mais tempo para o lazer, aumentando suas opções. O esporte afeta nossa vida, divide emoções entre desconhecidos, faz crianças encontrarem em seus ídolos, super-heróis. O esporte interfere nos valores da sociedade e seus exemplos minimizam distinções raciais, diferenças entre os sexos e idades, portadores de necessidades especiais. É espontâneo e aqui se manifesta seu fascínio, que o torna uma das instituições mais importantes do planeta.
Para capitalizar este mercado global, as empresas passaram a adotar uma estratégia para a venda deste produto, procurando criar o mesmo apelo e demanda em todos os lugares, respeitando suas leis e diversidades culturais. Todo este processo contou com o avanço da tecnologia e o acesso a internet. Transmissões em tempo real permitiram a aproximação do mundo esportivo a qualquer ser humano, recheadas de ídolos, recordes e exemplos de superação humana.
O esporte de alto rendimento, por exemplo, se torna atrativo e lucrativo, movimentando o mercado financeiro. Quanto mais estruturadas as modalidades, mais inseridas no sistema capitalista estão. A mídia surge como propulsor de negócios, gerando novos interesses comerciais. O XLI Super Bowl, em 20007, foi televisionado para 232 países em 34 idiomas. A NBA seguiu o mesmo caminho, invadindo 215 países em 41 línguas.
O Dossiê Esporte (Ipsos Marplan,2008), citando site da FIFA, afirma que a audiência acumulada nas 112 partidas da Copa do Mundo de 2006 ultrapassou os 32 bilhões de telespectadores. O futebol movimenta US$ 260 bilhões por ano e conta um bilhão de praticantes em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, a indústria esportiva é a décima primeira e é a que mais tem crescido, por conta da venda de tickets, produtos e licenciamentos e receita da venda dos direitos de transmissão sobre os eventos esportivos.
No Brasil, de 1995 a 2005, o PIB do Brasil cresceu, cerca de 3,2% ao ano, enquanto o PIB do esporte cresceu 10,86% no mesmo período. Todavia, se comparados aos resultados de outros países ainda estamos muito longe de todo o potencial que o mercado pode gerar. Procuramos acompanhar o mercado global e sob nossa responsabilidade, estão grandes eventos, como os Jogos Mundiais Militares, em 2011, a Copa do Mundo em 2014 e quem sabe, os Jogos Olímpicos em 2016. Estamos preparados?
É a partir daqui que devemos iniciar nossa reflexão. Muito embora os números sejam aparentemente entusiastas, na verdade, em detrimento ao que ocorre fora do Brasil, ainda caminhamos a pequenos passos. De certo, uma política pública adequada, leis de incentivo, ações fortes de marketing são necessárias e contribuem para o crescimento da indústria esportiva nacional. Mas nada se sucede bem sem a presença do administrador esportivo.
A carreira de gestor esportivo moderno, ou seja, aquele que não tem origem amadora, como um amante do esporte ou como um ex-atleta sem formação profissional, tem uma história recente. O primeiro curso de especialização tem pouco mais de 40 anos, quando de seu oferecimento pela Universidade de Ohio e no Brasil, dez anos mais tarde, em 1978, a USP oferecia um curso de Administração Esportiva.
Até pouco, e ainda existem situações como esta, encontravam-se gestores do esporte cujo histórico residia na glória de uma carreira esportiva de sucesso, não levando em consideração o conhecimento adquirido e o nível de preparação para estar no comando de uma organização.
O crescimento da indústria esportiva fez com que um simples organizador de eventos esportivos assumisse um papel e um nível de responsabilidade muito maior. Hoje é preciso que alcance resultados e seu sucesso só existirá quando da combinação de uma série de competências, além da mobilização da equipe de trabalho, largo planejamento e aplicação adequada dos recursos financeiros.
E trabalhar no Brasil, não é uma tarefa fácil, pois deparamo-nos o tempo inteiro com estruturas organizacionais deficientes, falidas, mal estruturadas e muitas vezes nebulosas. O mercado pede profissionais com alta qualificação, que sejam empreendedores, criativos, globalizados, que proponham soluções rápidas, busquem parcerias, desenvolvam um planejamento eficaz para o atingimento de metas..
Nesta maratona profissional, ganha a prova aquele que entende e conhece mais profundamente o cenário nacional e internacional. As funções gerencias, planejamento, organização, direção e controle, continuam tendo grande importância na atuação de um gestor, mas é preciso que domine também economia, contabilidade, técnicas motivacionais, marketing, comunicação, ética, políticas públicas. Deve saber falar em público, liderar equipes, conhecer os principais instrumentos tecnológicos para otimizar seus negócios, ser eficaz nas tomadas decisões, bem como acompanhar de muito perto todas as questões financeiras e contábeis. Aliado a isso, um conhecimento inabalável sobre o esporte e sua indústria.
É preciso deixar claro que um gestor esportivo não é, por exemplo, um advogado, mas deve conhecer as bases da legislação para o acompanhamento que se façam necessário. Ele não é um profissional da comunicação, mas deve ter os pré-requisitos mínimos desejáveis para lidar com todo e qualquer tipo de situação em que tiver contato com a mídia. Enfim, deve ser um profissional completo para comandar uma organização, fazer com que as pessoas realizem tarefas e atinjam metas, através de processos racionalizados e modernos, com custos realizáveis. Deve ser o maestro para a execução da melhor sinfonia.
De certo, estes profissionais ambicionam o trabalho em grandes clubes, agências de marketing, organizações, ou trabalhando diretamente com a carreira de atletas. Sucesso rápido, dinheiro mais fácil. Mas é preciso se lembrar que se este país tem a pretensão de ser uma potência esportiva, a excelência da gestão profissional deve se iniciar na base do esporte, ou seja, em todos os processos para as categorias de base das modalidades esportivas, nos clubes esportivos e sociais, nas administrações públicas, nas organizações sociais, nos centros esportivos, equipamentos públicos e privados. Por nós já passaram tantos exemplos como uma geração brilhante do basquete feminino, Guga, tantos nomes do atletismo, mas como foi nosso dia seguinte? De que forma nós aproveitamos as grandes estrelas esportivas para disseminar nacionalmente a modalidade, buscar parcerias, criar produtos de consumo, encher praças esportivas com práticas e espetáculos? O resultado desta conta não impactaria ainda mais nosso PIB esportivo? Devemos mensurar exclusivamente o quanto vem crescendo no país ou devemos obrigatoriamente compará-lo aos demais países e assim compreender que muito tem de ser feito?
A massificação sob processos profissionais leva à condição qualitativa e mais que isso, à condição de geração de riquezas e valores para uma nação. Há de se reconhecer com clareza que este complexo sistema só levará a efeito com a presença de profissionais extremamente qualificados: administradores do esporte.
Por sua nobreza, convida à prática crescente, independente da forma que seja, ativa ou passiva. O avanço da tecnologia permite que o ser humano tenha mais tempo para o lazer, aumentando suas opções. O esporte afeta nossa vida, divide emoções entre desconhecidos, faz crianças encontrarem em seus ídolos, super-heróis. O esporte interfere nos valores da sociedade e seus exemplos minimizam distinções raciais, diferenças entre os sexos e idades, portadores de necessidades especiais. É espontâneo e aqui se manifesta seu fascínio, que o torna uma das instituições mais importantes do planeta.
Para capitalizar este mercado global, as empresas passaram a adotar uma estratégia para a venda deste produto, procurando criar o mesmo apelo e demanda em todos os lugares, respeitando suas leis e diversidades culturais. Todo este processo contou com o avanço da tecnologia e o acesso a internet. Transmissões em tempo real permitiram a aproximação do mundo esportivo a qualquer ser humano, recheadas de ídolos, recordes e exemplos de superação humana.
O esporte de alto rendimento, por exemplo, se torna atrativo e lucrativo, movimentando o mercado financeiro. Quanto mais estruturadas as modalidades, mais inseridas no sistema capitalista estão. A mídia surge como propulsor de negócios, gerando novos interesses comerciais. O XLI Super Bowl, em 20007, foi televisionado para 232 países em 34 idiomas. A NBA seguiu o mesmo caminho, invadindo 215 países em 41 línguas.
O Dossiê Esporte (Ipsos Marplan,2008), citando site da FIFA, afirma que a audiência acumulada nas 112 partidas da Copa do Mundo de 2006 ultrapassou os 32 bilhões de telespectadores. O futebol movimenta US$ 260 bilhões por ano e conta um bilhão de praticantes em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, a indústria esportiva é a décima primeira e é a que mais tem crescido, por conta da venda de tickets, produtos e licenciamentos e receita da venda dos direitos de transmissão sobre os eventos esportivos.
No Brasil, de 1995 a 2005, o PIB do Brasil cresceu, cerca de 3,2% ao ano, enquanto o PIB do esporte cresceu 10,86% no mesmo período. Todavia, se comparados aos resultados de outros países ainda estamos muito longe de todo o potencial que o mercado pode gerar. Procuramos acompanhar o mercado global e sob nossa responsabilidade, estão grandes eventos, como os Jogos Mundiais Militares, em 2011, a Copa do Mundo em 2014 e quem sabe, os Jogos Olímpicos em 2016. Estamos preparados?
É a partir daqui que devemos iniciar nossa reflexão. Muito embora os números sejam aparentemente entusiastas, na verdade, em detrimento ao que ocorre fora do Brasil, ainda caminhamos a pequenos passos. De certo, uma política pública adequada, leis de incentivo, ações fortes de marketing são necessárias e contribuem para o crescimento da indústria esportiva nacional. Mas nada se sucede bem sem a presença do administrador esportivo.
A carreira de gestor esportivo moderno, ou seja, aquele que não tem origem amadora, como um amante do esporte ou como um ex-atleta sem formação profissional, tem uma história recente. O primeiro curso de especialização tem pouco mais de 40 anos, quando de seu oferecimento pela Universidade de Ohio e no Brasil, dez anos mais tarde, em 1978, a USP oferecia um curso de Administração Esportiva.
Até pouco, e ainda existem situações como esta, encontravam-se gestores do esporte cujo histórico residia na glória de uma carreira esportiva de sucesso, não levando em consideração o conhecimento adquirido e o nível de preparação para estar no comando de uma organização.
O crescimento da indústria esportiva fez com que um simples organizador de eventos esportivos assumisse um papel e um nível de responsabilidade muito maior. Hoje é preciso que alcance resultados e seu sucesso só existirá quando da combinação de uma série de competências, além da mobilização da equipe de trabalho, largo planejamento e aplicação adequada dos recursos financeiros.
E trabalhar no Brasil, não é uma tarefa fácil, pois deparamo-nos o tempo inteiro com estruturas organizacionais deficientes, falidas, mal estruturadas e muitas vezes nebulosas. O mercado pede profissionais com alta qualificação, que sejam empreendedores, criativos, globalizados, que proponham soluções rápidas, busquem parcerias, desenvolvam um planejamento eficaz para o atingimento de metas..
Nesta maratona profissional, ganha a prova aquele que entende e conhece mais profundamente o cenário nacional e internacional. As funções gerencias, planejamento, organização, direção e controle, continuam tendo grande importância na atuação de um gestor, mas é preciso que domine também economia, contabilidade, técnicas motivacionais, marketing, comunicação, ética, políticas públicas. Deve saber falar em público, liderar equipes, conhecer os principais instrumentos tecnológicos para otimizar seus negócios, ser eficaz nas tomadas decisões, bem como acompanhar de muito perto todas as questões financeiras e contábeis. Aliado a isso, um conhecimento inabalável sobre o esporte e sua indústria.
É preciso deixar claro que um gestor esportivo não é, por exemplo, um advogado, mas deve conhecer as bases da legislação para o acompanhamento que se façam necessário. Ele não é um profissional da comunicação, mas deve ter os pré-requisitos mínimos desejáveis para lidar com todo e qualquer tipo de situação em que tiver contato com a mídia. Enfim, deve ser um profissional completo para comandar uma organização, fazer com que as pessoas realizem tarefas e atinjam metas, através de processos racionalizados e modernos, com custos realizáveis. Deve ser o maestro para a execução da melhor sinfonia.
De certo, estes profissionais ambicionam o trabalho em grandes clubes, agências de marketing, organizações, ou trabalhando diretamente com a carreira de atletas. Sucesso rápido, dinheiro mais fácil. Mas é preciso se lembrar que se este país tem a pretensão de ser uma potência esportiva, a excelência da gestão profissional deve se iniciar na base do esporte, ou seja, em todos os processos para as categorias de base das modalidades esportivas, nos clubes esportivos e sociais, nas administrações públicas, nas organizações sociais, nos centros esportivos, equipamentos públicos e privados. Por nós já passaram tantos exemplos como uma geração brilhante do basquete feminino, Guga, tantos nomes do atletismo, mas como foi nosso dia seguinte? De que forma nós aproveitamos as grandes estrelas esportivas para disseminar nacionalmente a modalidade, buscar parcerias, criar produtos de consumo, encher praças esportivas com práticas e espetáculos? O resultado desta conta não impactaria ainda mais nosso PIB esportivo? Devemos mensurar exclusivamente o quanto vem crescendo no país ou devemos obrigatoriamente compará-lo aos demais países e assim compreender que muito tem de ser feito?
A massificação sob processos profissionais leva à condição qualitativa e mais que isso, à condição de geração de riquezas e valores para uma nação. Há de se reconhecer com clareza que este complexo sistema só levará a efeito com a presença de profissionais extremamente qualificados: administradores do esporte.
Fonte: www.sportjob.blogspot.com - Sassaroli
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