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7 de mar. de 2014

Federação de vôlei impede menor de idade de jogar no Rio de Janeiro

Bruno Voloch - UOL Esporte
07/03/2014

Presidentes de federações continuam desafiando as leis pelo Brasil afora.
A Federação de Vôlei do Rio de Janeiro, por meio de seu presidente Carlos Reinaldo Souto, cobra R$ 3 mil para as transferências de crianças de 12 anos de idade de um clube para outro.
A norma administrativa adotada por Souto impede jovens de exercer um direito constitucionalmente assegurado da prática esportiva.
O regulamento fere diretamente a Constituição Federal e afeta o direito indisponível da criança de praticar esporte, fundamental na formação do jovem.
A última vítima foi Manuela, filha de Alexey, ex-jogador da seleção brasileira de basquete, e Luisa Parente, ginasta vitoriosa e que representou o país em duas olimpíadas.
O pai, revoltado, falou ao blog em tom de desabafo:
'Minha filha Manuela, que joga vôlei no Rio de janeiro, fez a sua ultima partida oficial no dia 02 de julho de 2012 e desde então nunca mais pode retornar as quadras por conta de um regulamento arbitrário e reprovável por parte da Federação de Vôlei do Estado do Rio de Janeiro. Não se trata especificamente do fato da minha filha estar há quase dois anos sem poder entrar em quadra, o ponto é que várias crianças e jovens já foram prejudicados no passado e, se nada for feito a exemplo do que a minha filha está passando, muitas crianças serão prejudicadas no futuro e isso precisa ter um fim'.
A menina não atua em função da taxa cobrada e da arbitrariedade da federação. A família, sem alternativas, procurou a justiça, e uma denúncia foi encaminhada recentemente ao Ministério Público.
'Há muitos meses estamos travando uma 'batalha' na esfera do judiciário e que ainda não terminou. Tenho obtido a solidariedade de várias pessoas e profissionais ligados ao esporte', com0 Siro Darlan, ex-juiz de menores e desembargador', disse Alexey.
O casal informou o caso também ao COB, Comitê Olímpico Brasileiro, e à CBV, Confederação Brasileira de Vôlei:
'Estive no COB conversando com a Adriana Behar. Ela ficou estarrecida e extremamente surpreendida, mas disse que não tem como intervir nessa situação já que a atribuição do COB está ligada as confederações e não as federações. A CBV tem ciência dos fatos que foram relatos e documentados por e-mail, mas até agora não se pronunciou'.
Carlos Souto, que preside a federação desde 1992, foi procurado para falar sobre o tema, mas não respondeu as ligações.

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