Copa e Olímpiadas aumentam procura pelos 'MBA Esportivos'

A escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de futebol em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016 já influencia o perfil dos estudantes de pós-graduação: hoje, é cada vez maior a procura por especializações voltadas para o esporte, principalmente as focadas em gestão.

“A procura pelo curso [MBA Gestão e Marketing Esportivo] aumentou bastante. Temos hoje um crescimento em sala de aula de ao menos 20%. A deste ano foi a maior turma”, afirma Olavo Henrique Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios.

Furtado diz que profissionais de todas as áreas buscam as oportunidades que os grandes eventos podem abrir. “Temos atletas, profissionais da área financeira que querem mudar de área, e muita gente ligada à comunicação”. Estes últimos, de acordo com o coordenador, buscaram a qualificação especificamente por causa da Copa e da Olimpíada.

A instituição é parceira desde 2001 do ex-atleta de vôlei e hoje gestor esportivo José Carlos Brunoro. No início, a parceria criou um curso de educação executiva, que se transformou em especialização lato sensu e, posteriormente, teve o conteúdo adaptado para virar MBA – nos últimos dois anos. A demanda por especialização gerou um curso de gestão aplicada ao esporte (que não são considerados pós-graduações) nas cidades-sede da Copa-14 fora do eixo Rio-São Paulo. Hoje, os cursos já acontecem em Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.

Gestão de eventos esportivos é o foco dos atletas no MBA
Acostumados com a organização interna de suas equipes, atletas e ex-atletas buscam na especialização uma forma de compreender melhor a área administrativa dos clubes e federações. É o caso de Helen Luz, ex-capitã da seleção brasileira de basquete, que se aposentou aos 38 anos no início de 2011. “Quando está jogando, você fica praticamente à margem da administração. Como é uma área de meu interesse, resolvi estudar. Eu tinha que me enriquecer com algo após a aposentadoria”, diz a aluna de gestão e marketing esportivo.

Na mesma turma, outros dois ex-atletas dividem experiências com os colegas: Léo, integrante da “geração de prata” da seleção brasileira de vôlei, e Roque Júnior, campeão do mundo com a seleção brasileira de futebol na Copa de 2002.

A gestão de projetos esportivos é o principal foco da “carreira acadêmica” dos ex-atletas. Roque Júnior criou em 2005 o Primeira Camisa, equipe profissional de futebol de São José dos Campos (interior de São Paulo). O time disputa atualmente a Série B do futebol paulista. Sua inspiração surgiu no modelo de organização dos clubes do exterior, mercado que conheceu durante os oito anos em que jogou profissionalmente fora do Brasil. Léo, que defendeu o Banespa durante o auge do vôlei masculino na década de 80, cuida de um projeto social de inclusão no esporte na cidade de Santos (litoral de SP).

“Vejo uma série de oportunidades surgindo e acho que temos vantagens, por termos sido esportistas e ainda estarmos ligados ao esporte através das pessoas que atuaram conosco”, afirma o ex-colega de time de jogadores como William, Xandó e Amauri. “Minha vontade é aprender toda a parte técnica para aplica-la dentro do voleibol. Meu projeto é montar uma equipe profissional”, completa o ex-jogador, que deixou as quadras em 1995.

Fonte: Canal Educação UOL - Gabriel Souza Elias