
Planejamento, organização e gestão profissional. O Figueirense foi buscar na experiência do vôlei a receita do sucesso que levou o Brasil a ser a maior potência mundial no esporte. E para viabilizar o projeto contratou Renan dal Zotto, ex-jogador da Seleção, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Aos 50 anos, ele segue os mesmos passos de outros famosos do vôlei que brilharam em alguma área do futebol: José Carlos Brunoro, José Roberto Guimarães, Bebeto de Freitas e Ricardo Navajas. "E tem também o Paulo Russo e o Luiz Alexandre, que cuida do futebol da Nike", lembra Renan.
Ele sabe que não é por acaso que os profissionais do vôlei conseguem se sobressair em outros esportes. "O vôlei foi o esporte brasileiro que melhor se organizou a partir da década de 80. Isso desperta o interesse das outras modalidades. A migração dos profissionais se deve muito a isso, pela transição do amador para o profissional. Essa experiência foi muito importante", diz, citando Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, como seu grande mestre.
Fonte: Estadão Esportes
Renan jogou até 1993 e depois trabalhou seis anos como treinador. Mas então seu filho teve leucemia e ele decidiu diminuir o ritmo das viagens e permanecer em Florianópolis. "Não dava para conciliar a vida de técnico. Então optei pela área de gestão esportiva." Depois seu filho conseguiu se recuperar e, em 2005, ele pediu para que Renan voltasse a ser treinador, pois nunca tinha visto. "Assumi o Cimed, tanto como treinador quanto na gestão. Depois fiquei dois anos na Itália, aí voltei ao Brasil para fazer a gestão de todo projeto esportivo do clube, que abarcava não só o vôlei, mas outras modalidades", conta.
No ano passado, recebeu o convite do Figueirense e tornou-se consultor de marketing, pois ainda estava no Cimed. "Nosso principal objetivo era fazer o clube voltar à Série A, e foi o que aconteceu. Agora, neste ano, eu inverti. Estou como gestor do time de vôlei e assumi definitivamente como diretor de operações esportivas e marketing do Figueirense." Ele chegou a fazer faculdades de arquitetura, engenharia e educação física, mas foi na gestão esportiva que se encontrou. "O futebol atrai. É um sonho de todo mundo poder participar deste grande negócio."
Projetos
Um dos maiores orgulhos de Renan é que o clube não deve nada. "Isso é fundamental para fazer o clube crescer como entidade. Este foi o aprendizado do vôlei", afirma. Vários projetos também já estão sendo colocados em prática. No último fim de semana foi realizada o Figueirense Day. O clube abriu as portas para meninos de 12 a 16 anos serem testados e, dos 779 participantes, 42 foram pré-selecionados. "Não é peneira, não tem indicação e faremos isso quatro vezes por ano. Todo nosso staff estava lá para observar qualquer um, sem distinção. Também vamos começar um projeto de futsal, para crianças de 11 a 13 anos."
Outra iniciativa foi alavancar o número de sócios-torcedores. "Nós tínhamos 6.500 e atualmente estamos com 12.700. E vamos brecar logo isso, pois a capacidade do estádio é para apenas 19 mil pessoas", revela. Para isso, quer tirar do papel o projeto de construção de uma arena para 30 mil pessoas. A Copa de 2014 no Brasil pode dar uma ajuda. "Somos candidatos a sub-sede da Copa. Temos estádio, CT e existem hotéis na cidade. Nossa localização é ótima, entre Curitiba e Porto Alegre, e temos um clima bom. Na região existem colônias alemãs, italianas e portuguesas. Sem contar que os argentinos vêm muito para Florianópolis Com certeza uma seleção grande vai querer ficar lá.
"Este ano o clube comemora 90 anos. Um filme sobre o acesso à Série A foi lançado e possivelmente um livro sobre a história do clube. "Vamos comemorar com muito barulho." A meta para 2011 é chegar à final do Catarinense, para garantir vaga na Copa do Brasil. "E fazer uma campanha excepcional no Brasileirão, mas dentro de nossas limitações. Vai ser uma guerra ficar na faixa intermediária", diz, concluindo. "O sonho é poder ver o Figueirense disputando uma Libertadores. Queremos ser vistos como uma grande força do Sul e estar entre as três melhores equipes da região, disputando lado a lado com Grêmio e Inter. Acho até que é factível, isso pode ocorrer em até cinco anos."
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