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14 de set. de 2010

Candidato a presidente do Grêmio defende mais profissionalismo no clube


Daniel Cassol
Em Porto Alegre

Paulo Odone obteve uma vitória importante no último sábado dentro de seu projeto de retornar à presidência do Grêmio. Seu grupo político conseguiu eleger todos os 150 conselheiros, o que abre caminho para sua vitória ainda no primeiro turno. Em entrevista, Odone defende mais profissionalismo no Grêmio e diz concordar com mudanças que permitam maior participação do torcedor na política do clube.

No sábado, o grupo político de Paulo Odone conseguiu fazer 100% das 150 cadeiras do conselho deliberativo que estavam sendo renovadas, de um total de 300. No mês que vem, caberá ao conselho escolher, em primeiro turno, o próximo presidente do clube. Ainda sem candidato, a situação teria dificuldades para ultrapassar a barreira dos 30% dos votos para levar a eleição para o voto do associado.

Em entrevista ao UOL Esporte, ainda antes do resultado da final da eleição, Odone defendeu que o clube retome o profissionalismo, que na sua visão teria sido abandonado na gestão do atual presidente Duda Kroeff. Em relação à política, Odone diz que apoia mudanças na democracia interna do clube. Hoje, os grupos precisam de no mínimo 30% dos votos nas eleições, o que deixou a chapa de situação e a “Terceira Via” de fora do novo conselho deliberativo.

Paulo Odone já foi presidente do Grêmio duas vezes. Na primeira, levou o clube ao primeiro título da Copa do Brasil, em 1989. Entre 2005 e 2008, dirigiu o Grêmio na volta à Série A do Brasileiro e no vice-campeonato da Libertadores.

UOL Esporte - Quais são os desafios que o Grêmio precisa enfrentar no próximo período?

Paulo Odone - Sendo bem realista, o Grêmio precisa cuidar dessa situação delicada, de ser ameaçado pela zona do rebaixamento no Brasileirão. Gostando ou não do time, do treinador e da diretoria, o torcedor tem que apoiar o time, o Renato e até o presidente, para que o Grêmio não caia para a segunda divisão. O risco ainda existe. Esta deve ser a primeira meta de todos os grupos políticos. Depois, é outra etapa. Há a questão política, para ver quem vai dirigir o Grêmio e o redesenho do Grêmio como entidade, que merece uma revolução maior.

UOL Esporte - Administrativamente, o Grêmio está atrasado em relação ao Internacional?

Paulo Odone - Infelizmente, sim. Nestes dois anos, o Grêmio regrediu. Em algumas questões, já havíamos até passado o Inter, mas o Grêmio voltou atrás. Começou pela gestão do futebol, está aí a perda do Rodrigo Caetano [gerente de futebol que deixou o Grêmio e foi para o Vasco]. Passou pelas gerências administrativas, ocupadas por dirigentes amadores. Isso é uma generalidade no clube. O Grêmio precisa retomar, estar em cima diariamente, para que a Arena seja realmente inaugurada em dezembro de 2012. Isso vai ser um up grade na vida do Grêmio, mas é preciso que o clube evolua.

UOL Esporte - A Arena corre o risco de atrasar?

Paulo Odone - A Arena é irreversível, não tem o que a atrase. Estamos diariamente cobrando isso, dentro e fora do clube. O presidente da OAS me assegurou, porque cobrei. Ela vai sair até dezembro de 2012.

UOL Esporte - Como o senhor avalia o processo eleitoral do Grêmio?

Paulo Odone - Tivemos um belo processo democrático, com a participação do torcedor mesmo com toda a chuva. Mas no Internacional, o sócio pode votar por carta. Nós, não. O sócio do interior do estado, que vem a poucos jogos mas paga as mensalidades, tem o direito de escolher os dirigentes. Tudo isso precisa ser recobrado. É uma nova postura do Grêmio.

UOL Esporte - O senhor é a favor da redução da cláusula de barreira?

Paulo Odone - Eu concordo totalmente com os movimentos que pedem a redução da cláusula, para permitir maior pluralidade na participação dos grupos. Acho correto isso.

Fonte: Uol Esporte


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