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24 de nov. de 2009

Após mais um título, vôlei brasileiro enfrenta crise e revolta de clubes


A semana era ideal para comemorações, afinal a seleção masculina ganhou pela terceira vez seguida a copa dos campeões.

Mas nem tudo é festa. Aliás, longe disso. Quando chegar do Japão, o Presidente Ary Graça terá que enfrentar a revolta de algumas equipes.

A Superliga, maior campeonato do País, está em crise mesmo antes de começar.

Algumas equipes podem desistir de jogar a competição, tudo porque o contrato com a CVC Turismo, que subsidiava passagens e hospedagens, não foi renovado.

A entidade por sua vez, afirmou que não vai arcar com esses custos.

Os clubes foram avisados via e mail pela entidade o que causou indignação.

O clima é ruim e a revolta é grande, especialmente nas equipes de menor investimento.

Em Minas, o Mackenzie através do Presidente Durval Guimarães confirmou que o clube não poderá bancar mais essa despesa, fora os salários, e que a CBV precisa dar uma solução para o caso.

O acerto, segundo ele, é que a CBV pagaria hospedagem e passagens aéreas para todas as equipes.

Aliás, em Abril desse ano o Presidente da CBV disse que a entidade havia renovado o contrato com a CVC por mais uma temporada .

Na época ele declarou: “A empresa arcará com todo o custo de passagens terrestres, aéreas e hospedagens, desonerando os clubes”.

A CBV tem contrato com a TV Globo até 2016 e segundo Guimarães, poderia usar essa verba para pagar essas despesas extras.

O até então aliado de Ary Graça, Sérgio Bruno Zech Coelho, Presidente do Minas declarou que a situação é revoltante.

Sérgio disse que tentou falar com Ary mas não conseguiu e não há como cumprir de ônibus viagens ao Mato Grosso, Pernambuco e Goiás.

O aumento do custo da competição para os clubes, em caso de não haver subsídio, é enorme e todos já estavam com orçamento fechado.

Uma fonte de dentro da CBV disse ao blog, que a confederação está fazendo contatos com empresas aéreas para tentar solucionar o problema das viagens. Depois disso eles tentarão fechar com redes hoteleiras.

Existe ainda a possibilidade da CBV ajudar somente os “times pequenos” o que certamente aumentaria a crise porque nem mesmo os “grandes” deixaram verba destinada as viagens.

O Sport de Recife já anunciou que sem custeio de passagem e hospedagem, ficará de fora da Superliga.

O Brasil Vôlei de São Paulo que recentemente perdeu Dante para a Rússia, vai precisar rever os custos, até porque antes era patrocinado por um banco.

Macaé, Álvares Cabral-ES, Upis-DF, Funvic-MT e a Cyclus-SC ainda não sabem o que fazer para jogar a superliga.

O Presidente do Clube Álvares Cabral de Vitória-ES, Afonso Deorce, em nota oficial para a imprensa, disse que o clube vai esperar um pronunciamento oficial da CBV sobre o assunto.

Segundo o dirigente, muitas equipes contavam em seu planejamento com o custeio das passagens e hospedagem pela CVC.

Hoje, Afonso avisa que o clube não tem como bancar esses custos, uma vez que a confirmação na competição foi feita quando ainda existia a parceria com a empresa.

Como se não bastasse, a fórmula de disputa não agradou a maioria dos clubes.

A decisão em uma única partida foi a principal reclamação, mas essa é uma exigência da TV Globo que somente dessa forma garante a transmissão das finais.

O Rio de Janeiro não será mais a sede das finas e sim São Paulo.

No início do mês, a CBV chegou a anunciar a maior edição de todos os tempos, com 30 equipes: 17 masculinas e 13 femininas.

Fonte: Blog Bruno Voloch - UOL Esporte

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