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16 de set. de 2009

Chicago 2016 não empolga população

Comitê local tenta de tudo para aumentar o apoio aos Jogos Olímpicos na cidade, hoje em apenas 47% da população, mas suas últimas estratégias só tendem a piorar esse índice

A tentativa de Chicago de sediar os Jogos Olímpicos de 2016 não teve problemas com marketing. Quase todas as grandes agências criativas da cidade que é o segundo maior mercado publicitário dos Estados Unidos - incluindo Leo Burnett, Ogilvy e Downtown Partners - entraram em concorrências para ajudar na criação de anúncios e apresentações.

Mas apesar de ter investido muito em persuadir os julgadores do Comitê Olímpico Internacional, a campanha de Chicago não gastou tanto tempo ou energia para convencer os habitantes da cidade de que conquistar o direito de ser sede dos Jogos seria algo bom. E isso pode minar seus esforços.

Uma pesquisa do Chicago Tribune no começo deste mês mostrou apenas 47% dos habitantes de Chicago apoiam a tentativa da cidade de sediar os Jogos, um dado que pode ser devastador até a decisão final em 2 de outubro.

Pessoas próximas à situação afirmam que os organizadores tenderam em grande parte favoravelmente à cobertura em jornais locais e programas de TV para mostrar suas propostas, mas foram atingidos por essa notícia, que certamente será amplificada pelas cidades que estão na disputa, como Rio de Janeiro, Tóquio e Madri. ?Eu acho que eles estão chocados e sabendo que isso será usado contra eles?, afirmou uma pessoa lida à campanha.

Por isso, em um último esforço para gerar um entusiasmo local, os organizadores começaram na semana passada a transmitir mensagens de áudio nos ônibus da cidade. Se o Twitter for um indicador (busque por "CTA", o sistema público de transporte, e "2016") os apelos de ex-atletas olímpicos está fazendo mais mal do que bem, já que o sentimento sobre a propaganda é extremamente negativa. Uma das seis vozes é do nadador Garry Hall.

"Isso não demonstra apoio do público e apenas irá acabar com o apoio que ainda existe", escreveu o colunista do Chicago Tribune Steve Chapman em um artigo que expressa o sentimento de outras pessoas. "Ninguém gosta de ser agredido sonoramente quando é parte de um público que está preso em algum lugar".

A campanha de Chicago 2016 lançou na última semana uma série de spots e anúncios que exploram o possível impacto positivo sob a economia da cidade e do entorno caso Chicago seja escolhida.

Mas nos meses anteriores à essa campanha, o diálogo local sobre o impacto dos Jogos consistiu em dizer quem vai pagar por isso, e uma provisão controversa que pode deixar os contribuintes bravos por certos exageros de custos. Esse tipo de questão tende a ser particularmente potente em uma cidade na qual os cidadãos têm se acostumado às manchetes diárias sobre corrupção nos governos municipal e estadual.

Há também preocupações persistentes sobre o trânsito e congestionamentos que poderão ser causados pelos Jogos, e sobre se o transporte público da cidade poderia lidar com o aumento do tráfego nas ruas que seriam ocasionados pela Olimpíada.

O diretor de marca de Chicago 2016, Mark Mitten, pediu para a reportagem entrar em contato com uma porta-voz, que não retornou uma chamada do AdAge.

Do Advertising Age.

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