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18 de mai. de 2009

Sesi quer time competitivo, mas esbarra no regulamento da CBV

Se no vôlei feminino o Osasco junta os cacos após a saída do Finasa, no masculino o abandono da Unisul foi contornado por Giovane Gávio, que acertou parceria com o Sesi São Paulo. Mas, como o time se mudou de Joinville para a capital paulista, não será tão simples para o técnico manter a competitividade da equipe anterior. De acordo com o regulamento da CBV, nesse caso os pontos no ranking dos jogadores voltam a ser contados. Além disso, por se tratar de um novo clube, seria preciso disputar antes a Liga Nacional, uma espécie de segundona.


GIOVANE EXPLICA O NOVO PROJETO

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Caso o elenco da Unisul do ano passado fosse mantido, os pontos dos jogadores no ranking somariam um total de 29, bem próximo do máximo de 32. Na situação do Osasco, como o time não mudou de cidade, jogadoras valiosas como Paula Pequeno continuariam com pontuação baixa, devido ao tempo de permanência no time. Seria assim como o time de Giovane, se não houvesse mudança de sede.

Mas, como o ranking dos jogadores voltará a valer, o próprio Giovane admitiu que a principal saída para não ultrapassar o teto de 32 pontos é repatriar atletas. Isso porque, de acordo com o regulamento, quem chega de outro país tem a pontuação zerada. "Com os demais jogadores que a gente tem na nossa lista, a gente cumpriria normalmente o ranking. Isso não vai ser um problema", completou o técnico.

No entanto, a cada reforço adquirido de clubes nacionais, essa pontuação corre risco de estourar. Entre os "estrangeiros" que Giovane pretende repatriar para assegurar a competitividade do time sem ferir o regulamento estão Gustavo, Rodrigão e Sidão. "São apenas alguns nomes que já demonstraram a intenção de voltar para o Brasil. Morar em São Paulo pode ser um incentivo a mais para eles", avaliou o técnico.

Por outro lado, atletas de seleção brasileira como os pretendidos por Giovane dificilmente aceitariam jogar no Brasil se não fosse na Superliga. E, de acordo com a assessoria da CBV, a regra determina que times novos disputem antes a Liga Nacional, equivalente à segunda divisão do vôlei brasileiro.

GIOVANE TENTA MANTER BASE

Do time da Unisul, Giovane já acertou verbalmente com três jogadores, além de ter trazido a comissão técnica praticamente inteira. A única alteração foi a saída do assistente Sidnei Luciano Papke. Para seu lugar, veio Nery Tambeiro, que estava na Rússia. A apresentação foi na quarta-feira.
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A entrada da nova equipe na principal competição do vôlei nacional fica dependendo, portanto, de um convite por parte da CBV. O regulamento não parece preocupar nem Giovane nem a diretoria do Sesi, novo parceiro da equipe. O discurso na apresentação do novo time era de formar uma equipe competitiva, buscar grandes nomes e repatriar jogadores. Iniciativas que só seriam possíveis com a participação na Superliga.

"A ideia é ter uma equipe competitiva. Vamos começar as negociações. Sabemos que precisamos de jogadores com nome, bagagem e, mais que isso, pessoas que queiram abraçar o projeto. Vamos buscar jogadores diferenciados", confirmou o técnico do recém-criado Sesi São Paulo.

Giovane Gávio começou a carreira de treinador em 2007, na Unisul, logo após a equipe mudar de São José para Joinville, em Santa Catarina. Na época, ele participava da reestruturação do time campeão da Superliga em 2004, e que havia alcançado o terceiro lugar na edição do ano anterior.

O ex-jogador esteve à frente do time por duas temporadas na Superliga e conquistou o quarto lugar em seu primeiro ano. Na última edição, a Unisul parou nas quartas-de-final, eliminada pelo São Bernardo. Logo após o fim da temporada, a equipe se desmanchou, mas Giovane se comprometeu a reerguer o time através da parceria com o Sesi São Paulo.

Giovane terá até o dia 25 de maio para lidar com todos os obstáculos de sua nova empreitada e fechar o grupo antes da apresentação oficial. Segundo o treinador, a prioridade é a contratação de dois ponteiros, um central e um líbero. Caso consiga formar um grupo competitivo e entrar na Superliga, o bicampeão olímpico terá a sua terceira chance de ser campeão brasileiro.

Por Rafael Krieger

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