
Um bom exemplo pode ser usado no que se refere ao patrocínio nas camisas. Com 18 clubes, o Campeonato Alemão soma 103,8 milhões de euros (quase R$ 343 milhões) em patrocínios de camisa. No Brasil, o clube que mais fatura com isso é o São Paulo, que ganha R$ 16 milhões de sua parceira. Nem se os 20 clubes da Série A ganhassem o mesmo valor (que passa bem longe da verdade) o montante seria o mesmo.
Enquanto os 20 clubes da Série A brasileira se satisfazem com R$ 420 milhões anuais pelos direitos de televisão, os clubes da Premier League, a elite do futebol da Inglaterra, sorriem com algo em torno de 545 milhões de euros da SkySports, outros 162,3 milhões de euros da Setanta, 43 milhões de euros da BBC e mais 258 milhões de euros por transmissões internacionais, totalizando algo em torno de R$ 3,5 bilhões. Ou seja, quase nove vezes mais que o nosso futebol.
Isso porque uma proposta de R$ 500 milhões da emissora menos poderosa foi recusada pelo Clube dos 13.
Outra grande diferença também vem da forma que o clube é administrado. Segundo o ex-diretor de marketing do Manchester United, Peter Draper, é preciso reconhecer que um clube de futebol é uma empresa.
"A maior dificuldade foi reconhecer que o clube tinha que funcionar como uma empresa e dar condições para que a gerência desenvolvesse estratégias e táticas de suporte a um negócio de porte multimilionário de esporte e entretenimento", explicou Draper ao site “Administradores.com”.
Aqui, pelo Brasil, a receita já vem sendo praticada, mas deve demorar a dar resultados concretos e chegar perto do que acontece na Europa. É que reconhece Carla Altman, a diretora de marketing da Medial Saúde, que patrocinou o Corinthians durante todo esse ano.
“Já estamos mudando a mentalidade. Reconhecer que o torcedor é um cliente já é um grande passo. Fazer várias plataformas em prol deles é o início de uma grande mudança que deve acontecer”, afirmou Carla.
O Corinthians deu recentes mostras de que também entendeu a “alma do negócio”. Com Ronaldo, o clube de Parque São Jorge mostrou que vai explorar ao máximo o “efeito Fenômeno”.
"Eu estou negociando para explorar todas as possibilidades de marketing que podem ser feitas em cima do atleta. A idéia do Ronaldo é que ele possa gerar receitas para o Corinthians, mas tudo vai depender dessa ação conjunta, uma criatividade que estamos tentando acrescer", disse o vice-presidente de marketing do clube, Luís Paulo Rosemberg.
É o primeiro passo dos muitos que ainda vão ter de ser feitos se os clubes brasileiros pretendem depender cada vez menos das vendas de jogadores e usufruírem de uma situação econômica estável.
Fonte: abril.com - Danilo Lavieri
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